Análise do movimento de troca de marcas no mercado varejista brasileiro: causas e efeitos.

Mulher preta comprando pela internet

De forma silenciosa e rápida, o mercado varejista brasileiro vem adotando o movimento de troca de lojas de uma marca para outra. Isso acontece em grande parte por motivos financeiros: reformar uma loja e atribuí-la um novo nome custa, em média, metade do preço que se gastaria para abrir um ponto novo. Além do mais, é mais seguro utilizar um espaço que já possui a infraestrutura necessária (construção, energia e drenagem, por exemplo) que levantar uma estrutura do zero.

Diante desse movimento, é possível perceber uma quantidade considerável de comércios fechados para reforma, que em breve aparecerão com nova fachada, interior reformado e um novo nome. Essa mobilização é liderada pelas varejistas ASSAÍ, Carrefour e GPA. São milhares de funcionários trabalhando e milhões de reais investidos que tendem a continuar pelos próximos meses.

Para se ter melhor noção da dimensão desse movimento, aponta-se os seguintes dados: do final do mês de julho até dezembro, estima-se que o supermercado EXTRA terá 40 unidades convertidas para ASSAÍ e 12unidades convertidas para as redes GPA. O Grupo BIG (antigo Walmart) segue na mesma tendência e terá 37 de suas lojas convertidas para Carrefour nesse prazo(fora os quase 100 outros pontos do BIG que ainda serão reformados).

Para o ano de 2023, a previsão é que haja uma nova leva de migrações. Esse novo lote, se somado as conversões de 2022,totalizará 218 pontos trocados para ASSAÍ, GPA e Carrefour.

Tal tendência vem sendo observada atentamente pelos analistas de mercado, os quais questionam o quanto as migrações podem gerar em aumento de volume de escala e até que ponto podem impactar na maior produtividade e eficiência.

Sabe-se que tudo isso tem ocorrido por razões circunstanciais, vez que atualmente, o valor investido, por ser relativamente baixo, tem compensado o aproveitamento de pontos já existentes –o que, por si só, já seria uma boa razão. Mas, além disso, segundo análises recentes, os pontos convertidos têm apresentado maior número de venda e maiores margens de lucro.

Fato é que as lojas reformadas contam comum a grande vantagem: público consumidor fiel das antigas marcas e a curiosidade incitada que um ponto novo inaugurado atrai naturalmente. Isso cria um cenário promissor para as marcas que assumem a antiga loja.

Porém, é importante salientar que existe um fator não abarcado por nenhuma fundamentação econômica, que é o vínculo do cliente com a antiga marca. O que acontece quando um novo nome assume uma loja com a qual os clientes já haviam criado um vínculo emocional?

Por mais que se tenha aproveitado a localização e a estrutura, o funcionamento interno das empresas é diferente, oque pode provocar a perda desse vínculo afetivo. Para além de todas as causas e consequências observadas sob um ponto de vista econômico, é fundamental que as marcas que vem assumindo tais pontos façam algum esforço para conquistar o público e manter o vínculo que gerava a fidelidade entre cliente e marca.

A Ferraz segue atenta a todas as mudanças de mercado!

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